Devaneios da Valéria

quarta-feira, agosto 16, 2006

Não sou de todas, a pior...

Todo mundo diz que somos extremamente auto-críticos. Comigo não é diferente, sempre acho uma bosta qualquer coisa que faço. Claro que não podemos chegar a esse extremo, mas fazer o que??? Aceitar os elogios dos outros. Quando entrei para a faculdade, imaginei que faria qualquer coisa, menos escrever. Sei lá, se tem alguma coisa que realmente nunca gostei muito, essa coisa era o meu texto, sempre pensei que era muito melodramático. Mas como todo mundo diz que ele é bom, não custa nada acreditar, né??? Por isso, cada vez que alguém elogiar um texto meu, vou publicar por aqui, afinal, aqui é lugar para devaneios, certo???

Cenas de um crime

O corpo ainda permanecia sobre a cama. O vento espalhava pela janela do recinto e espalhava o odor da xícara de café por todos os cômodos da velha casa, que mais parecia um castelo mal assombrado. A vítima a deixara no criado mudo, para atender ao telefone, quando escutou um ruído do chão de madeira da casa.
Prevendo o que estava por acontecer, correu para a cozinha e escondeu seu bem mais precioso, seu gato, no alçapão embaixo da geladeira. Qual não foi sua surpresa quando abriu o fogão para retirar a forma de bolo e percebeu que o gás estava ligado. Novos ruídos, agora no andar de cima, e nem ao menos escutou passos na velha escada, infestada por cupins, e andar por ela era tão silencioso quanto uma banda de música.
Criando coragem, subiu pé por pé, e agora com o machado que encontrou na sala de antiguidades que mais parecia um museu bélico medieval. Qual não foi sua surpresa quando entrou no quarto e constatou que a janela fora aberta, olhou para o jardim e viu as cordas por onde o assassino, que agora estava atrás da vítima, subiu.
Um golpe de faca foi o suficiente para o machado não ter mais nenhuma utilidade, já que caíra no chão. As forças estavam sumindo, mas era preciso fazer algo. O criminoso entrou no banheiro, encheu a pia e lentamente limpou a faca, e voltou para o quarto, agora todo manchado de sangue, pois a vítima insistia em se mexer para encontrar alguma saída. O telefone lhe pareceu uma boa idéia, mas ao subir na cama e discar para a polícia, proferiu seu último suspiro e não conseguiu falar mais. O assassino entrou no porão, iluminado apenas por uma lanterna, e levou consigo a caixa que continha as provas do crime que a vítima, ainda quente em seu leito, testemunhara.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Onde tudo começou...

O jornal Babélia, publicação semestral dos alunos de Redação Jornalística da Unisinos, é um veículo onde o eles podem mostar o potencial como profissionais. Mal a professora disse para escolhermos as pautas e eu já sabia o que escrever: o círculo de amizades que surgiu no Orkut com a proximidade do show do U2...

Abaixo, a versão que foi publicada na versão impressa do Babélia. Aos meus amigos Insones, a certeza de que nunca esquecerei vocês...



U2, insônia e encontros pós-show

Se você acha que admiração por bandas é besteira, leia esta matéria, pois quem sabe você muda de opinião. Elas são capazes de reunir pessoas que não se conhecem. Foi o que aconteceu com o U2, que levou milhares de fãs ao estádio do Morumbi este ano.
Assim que anunciaram, em 2005, que os irlandeses viriam ao Brasil, o Orkut virou QG para fãs que queriam saber dados sobre a vinda da banda. Uma comunidade em especial, a U2 Brasil, foi um exemplo. A cada dia, aparecia alguma novidade, e muitas vezes causava discussões entre alguns integrantes. Assim nos conta a estudante Rytha Rocha, de São Paulo: "Não me lembro ao certo quando, mas foi mais ou menos um mês antes do show. A primeira com quem eu comecei a falar foi a Ju. 'Culpa' de uma barraqueira da U2 Brasil. Começamos a fazer palhaçada no tópico que ela arrumou briga.” , diz a fã de 20 anos.
Alguns membros da comunidade, criaram um tópico para conversar sobre a tensão antes do show. Após noites em claro, o grupo criou uma comunidade própria, o Insônia U2. Os integrantes eram os mais assíduos da U2 Brasil e se reuniam também para fortificar os laços de amizade. E era verdade, essa colega que vos escreve é uma insone. Passei dias ensolarados de minhas férias na frente do computador, conversando com pessoas que até hoje não conheço pessoalmente, pois infelizmente, não fui ao show...
E chega o dia do espetáculo. Filas quilométricas eram formadas na frente do Morumbi. “Eu e a Ju nos encontramos no domingo à noite (19/02) e parecia que nos conhecíamos há décadas!” descreve Rytha. Nos dias seguintes, os tópicos eram para contar detalhes, depois, veio a “depressão pós-show”, como disse a universitária Renata Delfiol, que afirmava estar com a cara inchada de tanto chorar por causa do fim de tudo aquilo. Mas ficava a pergunta: o Insônia vai continuar? Hoje, sempre é aberto um novo tópico de conversa que muitas vezes a passa dos mil comentários.
Dois meses passaram desde o dia do show. De e-mail, os insones trocam telefonemas, quem mora na mesma cidade se visita, e no dia que essa matéria é finalizada, um “Orkontro” (encontro idealizado através do Orkut) se realiza em São Paulo, no Morrison Rock Bar, cujo dono, descobriu a comunidade e ofereceu o local para a reunião. Assim, fica provado que amizade via Internet existe, basta reunir fãs de uma banda que está próxima de fazer um show no Brasil, e eles verão que não são os únicos que perdem noites de sono esperando o tão sonhado dia.


Beijos